16.10.22
Arrisco pouco, sou um cobarde.
Não sejas assim. Aquela catrefa de gente que arrisca meio ordenado nas raspadinhas é valente? A boa regra ( uma adaptaçãozita ateniense) é temer o que se deve temer e não temer o que não se deve temer.
O homem que salvou a Rússia de Napoleão, o Sereníssimo príncipe Kutuzov, também tinha essa fama. Recuou, esquivou-se, calculou. Foi vilipendiado por Alexandre e por Wilson, o homem dos ingleses em S.Petesburgo, mas não desistiu. Pois, mas eu gosto da desistência.
Desistir é um refrigério para alma. Ninguém nos pode apontar o dedo. Lançamo-nos com entusiasmo e a tal coragem de que falas. Começamos. A página tantas reavaliamos a situação. É um prazer virar as costas ao mundo. É até um dever, o mundo tem mais do que fazer.
Isto funciona muito bem nos amores e nas amizades ( menos bem em combate mas também se dá um jeito correndo depressa). Desistir - deixar de existir - é amável e compreensivo. Não envolve o outro, não o acusamos. E remata-se muito bem com aquela deixa imorredoira: O problema não és tu, sou eu.