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PERDER BEM por Filipe Nunes Vicente

06.06.22

O António Damásio disse uma vez que o velho princípio whatever works, baby é um bom princípio quando se ajuda pessoas. A fé, a crença religiosa, pode ser um factor quando se ajuda pessoas? Claro. 
Ter fé num tratamento ( químico ou de psicoterapia) é bom mas não me parece que encerre o tema. Ao fim de todos estes  anos e vendo muita gente que por regra nunca entraria no gabinete de um psicoterapeuta ( lavradores, gaspiadeiras, pastores, muitos velhos),  a dimensão religiosa mais importante parece-me outra.
O desespero, um dos alvos do Cristo enorme terapeuta que depois se desencaminhou para  a política  : Somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos ( 2 Corintos4:8-9).
No Educação para  a morte ( Bertrand 2007) conto a história de uma senhora de quase oitenta anos que perdeu a filha única, quarentona e solteira.  Era uma  mulher religiosa, falámos muito  sobre a esperança e fé durante a quimioterapia da filha.  Na primera sessão depois da morte perguntei-lhe em que pé ficaram as coisas com Deus. Respondeu-me: No mesmo de sempre. Sempre acreditei e durante estes meses terríveis nunca me deixou sozinha.
O pedantismo e os complexos mal resolvidos podem miar,  mas  é  aqui que as pessoas com fé vão buscar um um ramo de cheiros ao deserto. E isto vale tanto como o último remédio do mercado.

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