14.10.22
Não me sinto bem. Como se tudo o que alguma vez possui me tivesse escapado e como se nunca me pudesse satisfazer ainda que me fosse devolvido" ( Kafka, Diários, 16.II, 1915).
Não sei por que carga de água associo isto ao fim das relações longas.
A acédia vai-se instalando dando os sinais do costume: impaciência, tédio, silêncios. De vez em quando um assomozito do velho regime logo posto no seu lugar. Como uma velha fotografia dos tempos felizes. A sensação de nos escapar o que sempre possuímos é óbvia.
A segunda parte também a compreendo. Não existe devolução das ruínas. Já não somos os mesmos dos trabalhos iniciais, a ideia da restauração é impenitente: a ruptura é a história da relação, foi feita pela relação.